domingo, 20 de abril de 2014

O CAVALO NA ARTE

GEORGE STUBBS - Whistlejacket - Óleo sobre tela - 325 x 259 - Entre 1761 e 1762

É de consenso quase geral que, dentre os animais que se socializaram com o ser humano, o cavalo seja o mais elegante entre todos. Também compartilho dessa opinião. Seu porte diferenciado e sua imponência fazem dele um concorrente sem igual entre os animais “domesticados”.
Hoje temos a comodidade dos veículos motorizados, mas não foi assim em outros tempos. Eram os cavalos que ligavam cidades, auxiliavam nos trabalhos, transportavam alimentos, ajudavam nas batalhas e serviam para as mais variadas funções, seja no campo ou na cidade.
O surgimento da roda teve uma importância fundamental na história da humanidade. A roda, aliada aos cavalos, deu um novo impulso ao desenvolvimento de todas as civilizações. Afirmo sem dúvidas que, se não fosse a colaboração constante desses animais especiais, a humanidade não seria a mesma. O salto para o desenvolvimento da humanidade deve uma grande parcela de favores a esses respeitáveis animais.

Arte rupestre da Idade do Bronze.

Baixo-relevo do Palácio Real, em Nínive.


LEONARDO DA VINCI - Estudo de cavalo
Lápis sobre papel

Escultura japonesa do Período Meiji - Bronze - 46 cm de altura

O cavalo pertence a uma família de animais que inclui espécies como a zebra e o burro. Sua ascendência pode ser atribuída a um animal de cerca de sessenta milhões de anos, chamado Hyracohterium, cujos descendentes também incluem curiosamente espécies bem distintas, como a anta e os rinocerontes. Todas as sete espécies de equídeos existentes atualmente pertencem ao mesmo gênero, Equus. Dependendo da espécie, podem viver entre 25 e 40 anos. Apenas como curiosidade, a raça mais rápida entre os cavalos, o puro sangue inglês, alcança a incrível média de 60 km/h. Outro fato curioso entre os cavalos e o Brasil, é que os primeiros exemplares foram introduzidos no país por volta de 1534, na Vila de São Vicente.

SPARTACO LOMBARDO - O encontro - Óleo sobre tela - 50 x 70

WAYNE BAIZE - Mãe e filho
Aquarela sobre papel - 43,18 x 40,64

SIR ALFRED MUNNINGS - Dois cavalos de corrida
Óleo sobre painel - 24,7 x 35,5

Tamanha a cumplicidade com o ser humano, não é de se estranhar que essa parceria fosse representada nas mais diversas manifestações artísticas produzidas pelo homem. Os cavalos estão sempre lá, nas estátuas, pinturas, literatura, música e também na fotografia e no cinema. Muitas belas obras da história das artes tem nesse coadjuvante um importante personagem. Alguns artistas se especializaram somente na sua representação e se tornaram bastante respeitados em sua época. A imaginação humana também não teve limites ao dar asas e chifres a esses animais, seja na forma de pégasos ou unicórnios, nas mais diversas mitologias.

TOM BROWNING - Levando a manada - Óleo sobre tela

JOHN ALEXANDER HARINGTON BIRD
Garanhões árabes numa praia
Aquarela - 52,5 x 37,5

JOSÉ ROSÁRIO - Pregando ferradura
Óleo sobre tela - 50 x 70

As primeiras representações artísticas desses quadrúpedes foram feitas nas paredes das cavernas, pelos nossos antepassados pré-históricos. Tais representações sempre estiveram aliadas a alguma forma de poder ou para agregar importância a uma figura humana. Também apareceram como personagens de diversas cenas, em todos os povos, de todas as terras por onde foram conhecidos. Em antigos ornamentos da Mesopotâmia e do Egito, já é possível ver cavalos puxando arados e carruagens. Um menino em um cavalo, esculpido em alto-relevo em Menphis, talvez seja a primeira representação de um animal domesticado. Os persas, por exemplo, sempre tiveram um estreito relacionamento com os cavalos, vindo a representa-los em muitos estudos bem elaborados. Igualmente, os chineses sempre os representaram em desenhos e esculturas.

JOHN FREDERICK HERRING, Sr - Lanche do meio-dia
Óleo sobre tela

TIM COX - O caminho menos percorrido
Óleo sobre tela

ARTHUR NÍSIO - Animais no pasto - Óleo sobre tela - 91,5 x 121

Cavalos estão nas mais importantes cenas de batalhas, procissões e encontros de grandes autoridades da história. Os cavalos, como auxiliares de trabalho, são encontrados também em mosaicos romanos e iluminuras medievais. Estão em cenas rurais ou urbanas com a mesma dose de importância. Em países com tradição de caça, os cavalos sempre foram personagens importantes nas composições. Nas conquistas de novas terras, lá estavam eles, como por exemplo, na companhia dos admiráveis cowboys americanos. Com o crescimento da pintura de gênero, eram personagens importantes em estábulos e currais. Assim que as corridas de competições se tornaram importantes, os cavalos tinham um retrato encomendado pelo proprietário, orgulhoso por exibir a sua posse.

CLARK HULINGS - Homem conduzindo um burro, Espanha
Óleo sobre tela

VASCO MACHADO - Pampa verde
Óleo sobre tela - 50 x 60

EDGAR WALTER - Tropeiro - Óleo sobre tela - 77 x 100 - 1990

Depois do advento industrial e do surgimento dos motores e outros meios de transporte, o trabalho com o cavalo foi perdendo importância, ainda que seja bastante utilizado no interior e em periferias de grandes cidades.
Hoje, as representações com cavalos parecem algo nostálgico, um renascer no tempo e um recordar de momentos onde homem e animal andavam em conjunto. Mas, o cavalo continua a ser um agradável assunto para obras de arte, até ao mais contemporâneo artista. Ele sempre continuará inspirando e acompanhando o homem em suas mais diversas criações artísticas.

DENIS PETERSON - Death seat - Acrílica sobre tela - 99 x 214

SAKAYA GANS - Emergência - Escultura com plástico reciclado

4 comentários:

  1. BELÍSSIMOS TRABALHOS E BELO TEXTO.

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  2. Qual artista nunca pintou um cavalo né Zé...sinceramente, acho que desconheço! Bela matéria! Abraço

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    1. Taí uma boa pergunta, Jesser. Acho que todos já o fizeram, nem que seja por exercício.
      Grande abraço, amigo!

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