Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes "Luiz de Queiroz"
ESALQ - Piracicaba, São Paulo
O mundo caminha numa velocidade incrível,
estimulado por tecnologias que facilitam e resumem tudo. No afã de acompanhar
os sinais do tempo, a arte também mudou sua face. São exploradas as mais
diversas técnicas, mídias e expressões. O homem é o foco principal disso tudo,
seja em seu ambiente urbano ou nos afazeres de seu cotidiano, tentando se entender
e se analisando dentro das neuroses que ele mesmo cria e dos desafios que ele
mesmo se propõe.
Concomitante a isso tudo que acontece na
arte, muitos artistas ainda buscam inspiração em mestres passados e traduzem
para o hoje a linguagem de seu tempo. As referências clássicas orientam no
sentido de melhor observar o que está a sua volta e reinterpretá-las para a
nova realidade em que se vive. Essa é a principal proposta que também pratica
esse grupo de artistas, que ora vem apresentar a exposição NOVOS OLHARES. Uma
visão do que é desse tempo, falando e mostrando o que é de hoje, mas sem
esquecer os caminhos de grandes mestres que orientaram todos os movimentos até
aqui. É possível ver nitidamente em suas expressões, forte influência
impressionista, naturalista e realista, traduzida numa linguagem bem atual e
que inaugura um novo realismo.
São artistas ainda iniciantes de uma
jornada, mas que já trazem certa experiência no convívio com essa nova
tendência, inspirados por grandes nomes da arte americana e europeia. Também
são de regiões distintas do país, de modo que suas abrangências narrativas
variam e tornam possível um diálogo em escala maior. Falam do homem e de seu
tempo, do ambiente em que ele vive e de todas as coisas que ele produz e o
ajuda a caminhar. Exploram técnicas variadas e apontam novas propostas de como
fazer e visitar velhos temas. Estão por aí, vendo as mesmas coisas, mas com novos olhares.
Douglas Okada, Eduardo Borges de Araújo,
Ernandes Silva, José Rosário, Juliana Limeira, Rodrigo Zaniboni e Vinícius
Silva já vem explorando e mostrando os resultados dessas suas novas
experiências. Os caminhos vão estreitando o convívio do grupo e afinando o
diálogo cada vez mais presente em suas propostas. Parecem estar à procura de
uma sintonia que os equilibra e os ajuda a caminhar com mais força e unidade.
A proposta da exposição NOVOS OLHARES para
o espaço cedido no Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes da ESALQ (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz") é apresentar os trabalhos produzidos por esses 7
artistas, dentro da tendência do novo realismo que eles vem desenvolvendo nos
últimos tempos. Com temática livre e também liberdade técnica, cada artista
trará as novas visões inspiradas na realidade de cada um. A exposição terá abertura no dia 6 de setembro de 2013 e poderá ser visitada até o dia 27 de setembro do mesmo mês. Para os dias 7 e 8, está programada uma seção de pintura ao ar livre com os artistas participantes, nas dependências da ESALQ.
UM PEQUENO RESUMO SOBRE CADA ARTISTA:
DOUGLAS OKADA - No sítio pela manhã - Óleo sobre tela - 40 x 50
Douglas Okada:
Paulista, da cidade de Araraquara, mas
morando atualmente em Jaboticabal, Douglas Okada começou bem cedo,
orientando-se pelo desejo nato de desenhar incessantemente. Foi polindo o dom
com orientações muito bem conduzidas e trilhando pelos caminhos dos mestres do
passado que tanto admirou. Já coleciona uma extensa lista de prêmios em várias
participações em diversos salões. Buscar a “essência das coisas”, essa é sua
maior meta.
EDUARDO BORGES - Beira de rio - Óleo sobre tela
Eduardo Borges de Araújo:
Aluno formado pela ESALQ, Eduardo Borges é
o artista do grupo que está no ramo há mais tempo. Lembra principalmente dos ensinamentos
que obteve com Archimedes Dutra, pintando exatamente nas dependências da ESALQ.
Atualmente é diretor da Pinacoteca de Piracicaba e divide o tempo com
experimentos que vem fazendo dentro da sua nova proposta realista,
principalmente explorando um pouco mais a pintura em plein air.
ERNANDES SILVA - Estudo com animais - Óleo sobre tela - 30 x 40 - 2013
Ernandes Silva:
Ernandes nasceu em Palmares/PE e por lá
começou os primeiros estudos na arte. Foi em São Paulo, que poliu sua técnica e
encontrou grandes referências para sua proposta. Dedicação e disciplina técnica
são palavras de ordem na carreira desse jovem artista, um fã inveterado dos
estudos ao ar livre. Novas parcerias artísticas tem lhe proporcionado um
envolvimento ainda maior com a arte.
JOSÉ ROSÁRIO - Pegando água, Jequitinhonha - Óleo sobre tela - 40 x 60 - 2013
José Rosário:
Único mineiro do grupo, José Rosário
explora principalmente em sua obra o cotidiano de sua terra natal, a cidade de
Dionísio. Admirador confesso de mestres paisagistas brasileiros, vem agregando
novas experiências à sua tradicional referência temática. Também desenvolve uma
página virtual, onde divulga constantemente seus trabalhos e de seus amigos
artistas.
JULIANA LIMEIRA - Sonho de primavera - Óleo sobre tela - 40,7 x 30,6
Juliana Limeira:
Natural de Brasília/DF, Juliana vai buscar
inspiração para sua produção nos mestres do Realismo americano, onde assimilou
não só a técnica, mas principalmente o gosto pelo trabalho realizado no local.
Formada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, é uma das artistas
brasileiras mais envolvidas com a proposta do resgate a um realismo voltado às
origens clássicas.
RODRIGO ZANIBONI - A Canção de Joanna - Óleo sobre tela - 50 x 40 - 2013
Rodrigo Zaniboni:
Rodrigo Zaniboni mora numa das regiões mais
prolíficas da arte realista brasileira na atualidade, a cidade de Catanduva/SP.
Há uma influência impressionista latente em sua obra e uma constante inspiração
nos anos de infância, trazendo para sua temática muitas referências dessa fase
para a sua produção. Atualmente, o exercício ao ar livre tem sido largamente
explorado em seus novos trabalhos.
VINÍCIUS SILVA - No alto do Japi - Óleo sobre tela - 80 x 100
Vinícius Silva:
Natural de São Paulo, mas morando atualmente no
cerrado mineiro, Vinícius considera-se praticamente em casa. A natureza
intocada dos grandes espaços mineiros é a busca que mais o impulsiona. O
artista tem uma atração declarada pelas paisagens selvagens de reservas e faz
do exercício ao ar livre uma atividade constante. Referências do passado e
técnicas arrojadas do presente são suas orientações principais.